A escolha e cuidados com filhotes de cachorro é essencial para a saúde e longevidade dele. Por isso, ouvir histórias de tutores mais experientes, de médicos veterinários de confiança e pesquisar bastante sobre a raça (quando for o caso) é tão importante para que a compra ou adoção seja assertiva e feliz para o animal e para família.
Neste primeiro programa do Tudo Sobre Pet, recebemos o Dr. Ricardo Grilo, médico veterinário clínico geral especialista em pequenos animais, e a influenciadora da Academia da Matilha, Eva Duarte, tutora dos lindos spitz alemão @kyuubi.saori, para falarmos da escolha e cuidados com filhotes de cachorro.
O que observar ao escolher um filhote de cachorro?
A escolha de um filhote é um compromisso por pelo menos 10 ou 15 anos. Por isso, é essencial que a escolha seja feita de acordo com a realidade e rotina de cada um e não apenas impulsiva, pelo coração ou achar uma raça bonita.
Segundo o dr Ricardo Grilo, é importante que o futuro tutor avalie sua rotina e seus planos futuros para entender qual o tempo disponível para cuidar desse animal. Isso porque cada raça tem um nível de energia e necessidade da presença do tutor.
Além disso, observar o ambiente disponível, porte do animal e rotina de viagens também importa na decisão. Afinal, é mais fácil viajar com cães menores, por exemplo.
A Eva escolheu a raça Spitz Alemão, uma raça pequena para quem mora em apartamento e gosta de viajar com o pet, com energia adequada para a rotina do casal. A escolha foi tão positiva que, 2 anos depois, adquiriram o segundo filhote.
A escolha de animais com raça ajuda um pouco a ter uma prévia do temperamento, porte e nível de energia do animal, ainda que não seja 100%, devido a personalidade que torna cada indivíduo único. Já quando pegamos um filhote SRD, conseguimos entender algo sobre ele de alguns modos:
- Se for de uma ONG, converse com o veterinário responsável para conhecer um pouquinho da história, saúde, possíveis traumas e comportamento.
- Se conhecer os pais, observe o comportamento deles e o porte para saber a média de tamanho que o filhote deve ficar.
- Outro modo de saber o porte aproximado é observando o tamanho da pata do filhote. Não é 100%, mas quanto maior a pata, maior costuma ser o tamanho final do filhote.
Primeiros passos para a aquisição ou adoção?
A escolha sempre começa conhecendo os animais em uma ninhada ou grupo de cães. E é comum que o futuro tutor observe o comportamento do animal naquele momento, esperando que aquele filhote tenha sempre aquela conduta. Mas não costuma ser assim por alguns motivos:
- Aquele momento em que os filhotes estão recebendo visitas já altera o comportamento natural deles, pelo stress de ver pessoas diferentes mexendo com eles.
- Muitas vezes o filhote quietinho não é de fato um animal comportado, ele pode apenas estar com sono, ter acabado de se alimentar e estar mais relaxado naquele momento. E o mesmo vale para aqueles agitados e brincalhões que podem ter acordado um pouco antes. Então não se iluda com a primeira impressão.
Além de observação do filhote, o dr Ricardo Grilo orienta que, sempre que o animal for de um canil, gatil ou ONG, é importante conversar com o veterinário responsável técnico pelo local para conhecer um pouquinho sobre o animal, como:
- Estado de saúde geral e se já iniciou o protocolo de vacinação e vermífugos
- Histórico do animal até ali.
- Se os pais são conhecidos e características deles, inclusive probabilidades de doenças genéticas.
- Se há um tratamento em curso ou feito recentemente.
Após a escolha, a primeira medida é buscar um médico veterinário de confiança para a primeira consulta, exame físico e laboratorial para verificar a saúde do pet. Com os resultados dos exames, se estiver tudo bem já pode começar o protocolo de vacinas para filhotes de cachorro.
Qual a melhor idade para o filhote de cachorro ser liberado para ir pra casa?
Além de observar bastante para a escolha, é importante controlar a ansiedade e respeitar o tempo de amamentação e convívio do filhote com sua mãe e ninhada antes de levá-lo para casa. Segundo o Dr. Ricardo Grilo, o ideal é que o filhote só seja liberado a partir de 60 dias.
Assim, o pequeno peludo pode passar pelo tempo de amamentação correto, fundamental para a sua nutrição e criação de anticorpos, além de aprender a conviver em matilha e receber educação da mãe biológica.
Um animal que é retirado muito cedo da matilha (sua ninhada), pode:
- Criar traumas
- Ser pouco sociável, dificultando manejo e convivência com outros animais
- E não ter muito tato na interação com humanos e animais.
Isso porque faltou receber a educação da mãe quanto aos seus impulsos, força e mordida. Claro que tudo isso pode ser contornado, mas é mais saudável a prevenção, permitindo que ele fique com a ninhada por pelo menos 2 meses.
Dicas e cuidados com filhotes de cachorro sem procedência
Quando adotamos um animal sem procedência os cuidados com saúde precisam ser maiores. Caso a casa já tenha outros animais, esses cuidados devem ser redobrados pelo bem-estar de todos. Mas o que é um animal sem procedência?
Chamamos assim os pets que não vem de um canil, gatil, ONG ou se conheça os atuais tutores. Então pode ser um animal resgatado, recentemente adotado e que não se sabe o histórico de saúde dele.
Nesses casos, é importante que antes de levar o animal para casa, que ele passe por atendimento veterinário para exame físico e, se possível, laboratorial também. Isso porque assim você pode ter um parecer de saúde dele, evitando levar para casa alguma doença contagiosa que possa ser transmitida para os outros pets da casa.
Quer saber mais cuidados com filhotes de cachorro, como escolher e cuidados com alimentação, vacinas obrigatórias e as mais recomendadas? Assista ao podcast:
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