Doenças de cachorro no verão

Doenças de cachorro no verão
fev 1, 2023

Você faz mais passeios e viagens com seu pet no verão? Sabe como prevenir as doenças de cachorro mais comuns no verão durante as aventuras de férias? Infelizmente não só nós e os pets gostamos de verão e dias ensolarados. Essa é a época preferida dos insetos e parasitas para se reproduzirem, aumentando as infestações e os riscos de contaminações com diversas doenças. Além disso, os passeios exigem mais cuidados para o calor não prejudicar o pet.

Neste segundo programa do Tudo Sobre Pet recebemos o Dr Ricardo Grilo, médico veterinário especialista em pequenos animais, e a Influenciadora pet Wilma Mattos, tutora do @nachoshnauzer para conversarmos sobre verão, viagens e cuidados com os pets. Vamos aprender com esse papo?

Doenças de cachorro mais comuns no verão

O verão traz dias quentes e úmidos que favorecem a proliferação de parasitas nada agradáveis como pulgas e carrapatos. Além deles, sofremos mais com insetos como pernilongos, enquanto os pets sofrem com outros mosquitos que podem transmitir doenças graves como Leishmaniose e o temido verme do coração. Então, por mais que seja uma época gostosa de passear e fazer trilhas com o pet, nossos cuidados preventivos precisam ser redobrados para evitar doenças de cachorro como:

Giárdia em cães

A giárdia é uma doença contagiosa causada por um protozoário que parasita o intestino do pet e sai do corpo do animal por meio das fezes. No verão ela se torna mais comum, pois o contato mais íntimo dos animais e o hábito deles farejar tudo nos passeios e parques, podem encontrar fezes com giárdia. Então, gasta farejar ou lamber (sim, é nojento para nós, mas para os cães não!rs), para ser contaminado.

Em geral, o principal sintoma de giárdia é uma diarreia bem fedida e com uma espécie de gosma envolvendo as fezes. Ao perceber seu pet com diarréia busque o mais rápido possível seu médico veterinário de confiança para o tratamento.

Doenças do Carrapato

Carrapatos são parasitas capazes de provocar muitos danos à saúde de animais domésticos e até de grande porte como gado, passando inclusive por nós humanos. Existem diversas espécies e eles funcionam como vetores de doenças com fonte em bactérias ou protozoários que provocam infecções no animal podendo levar à morte.

Mas como isso funciona? O carrapato é um parasita, então ele pica o animal, se fixa na pele dele e suga o seu sangue para se alimentar. Depois pode se desprender e descer do corpo desse animal, para liberar os ovos por exemplo, e subir em outro animal. Até aí ele suga o sangue do pet e pode causar uma anemia, mas ‘apenas isso’.

Contudo, ao picar o primeiro animal, se este estiver contaminado com alguma bactéria ou protozoário das famosas doenças do carrapato, ao sugar esse sangue, o carrapato estará contaminado também e vai transmitir a bactéria ou protozoário (logo, as doenças que eles causam também) para o próximo animal que ele picar.

Então, o carrapato subiu no corpo da cachorra Nina que estava doente. Depois desceu e ficou ali na grama da praça onde a Nina estava passeando. Então o cachorro Thor foi passear na mesma praça e deitou ali na grama. O carrapato vendo o Thot por ali, achou a oportunidade de sugar mais sangue, subiu no corpo do Thor e o picou. Pronto, nesse momento o Thor já está contaminado com a mesma doença do carrapato que a Nina estava.

Mas quais são as doenças do carrapato?

Erliquiose:

É uma infecção no sangue causada por uma bactéria do gênero Ehrlichia, sendo esta a doença do carrapato mais comum. Os sintomas variam entre apatia, vômito, falta de apetite, anemia e nariz sangrando. No exame de sangue podemos desconfiar quando percebemos sinais de infecção e plaquetas baixas.

Babesiose:

Esta é uma invasão intracelular causada por uma protozoário chamado Babesia spp, que destrói as hemácias do sangue (glóbulos vermelhos). Os sintomas são apatia, anorexia, diarreia, taquicardia, insuficiência renal aguda, fraqueza e edemas. 

Anaplasmose: 

É uma infecção causada por uma bactéria chamada Anaplasma, que se “hospeda” dentro das células sanguíneas do animal se nutrindo delas. Os sintomas mais comuns são febre, letargia, depressão, anorexia, mancar, dores articulares, diarreia, vômito, anemia, baixa de plaquetas, aumento de enzimas hepáticas.

Todas as doenças do carrapato podem levar o animal a morte se não tratada com agilidade. Contudo, segundo nos explicou o dr Ricardo Grilo no podcast, muitos animais são assintomáticos no início da doença e só mostram sinais quando o caso já está avançado. Por isso, fazer checkup de rotina é essencial, mesmo que você nunca tenha visto um carrapato no seu cachorro.

Esse foi o caso do Nacho que teve Erliquiose quando ainda morava na Colômbia e só descobriu a infecção em um exame de rotina, pois foi 100% assintomático. Porém, a boa notícia é que conseguiu tratar a doença sem sofrer ou ter complicações, pois ainda estava no início.

Além disso, é importante lembrar que a doença do carrapato pode ficar incubada no sangue do animal por até 5 anos. Por isso, caso veja um carrapato, saiba que é importante fazer exames a cada 6 meses para garantir que a doença não está em desenvolvimento, ou para tratar o quanto antes.

Como prevenir doenças do carrapato

De modo geral, a prevenção só é feita mesmo com produtos repelentes. Isso porque os remédios conhecidos como antipulgas, na verdade, não previnem a doença e sim acabam com infestação de parasitas como pulgas e carrapatos. Contudo, para eliminar os parasitas, é preciso que estes piquem o animal para entrarem em contato com o veneno presente na corrente sanguínea do pet e assim matar o parasita.

Contudo, como explicado antes, a doença é transmitida na picada do parasita. Então, se é preciso picar para eliminá-lo, o remédio acaba com a infestação, mas não impede a doença. Portanto, o que precisamos fazer para evitar doenças de cachorro transmitidas por parasitas e insetos é repeli-los para longe dos nossos animais. Para isso é possível usar:

  • Repelentes naturais a base de neem, citronela e alho.
  • Repelentes sintéticos como as coleiras repelentes.

Hipertermia em cães

Segundo o dr Ricardo Grilo, a hipertermia é um aumento exagerado da temperatura corporal do animal, que leva a complicações no funcionamento dos órgãos do animal. Se não for socorrido com certa rapidez, essa é uma das doenças de cachorro que leva o animal a óbito, sendo bem comum no verão.

Os cães não suam como os humanos. As glândulas sudoríparas deles para que façam a troca de calor com o ambiente e regulem sua temperatura interna são escassas, presentes basicamente nas patas e focinho. Por isso, quando as temperaturas sobem, eles sentem mais calor do que os humanos e têm mais dificuldade para se refrescar.

Outro fator de risco são os animais de focinho curto, chamados de braquicefálicos, Então, quanto menor for o comprimento do focinho, mais difícil é essa troca e maior dificuldade o pet terá com o calor. Assim, um husky suberiano tem mais facilidade com o calor do que um chow chow, que é um braquiocefálico intermediário. Mas pugs e bulldogs que tem o focinho bem curtinho sofrem muito mais e evoluem mais rápido na hipertermia também. Por isso, ao menor sinal de desconforto, socorra seu pet imediatamente!

Mas quais são os sinais de hipertermia em cães? Veja só:

  • Cansaço excessivo sem ter feito exercício que justifique
  • Cães ofegantes demais
  • Cães que travam no passeio, deitam e não querem levantar
  • Apatia
  • Língua azulada em raças que isso não é genético
  • Salivação excessiva

Quer saber quais cuidados ter com seu pet na praia para que ele tenha um passeio agradável e não sofra com o calor ou doenças de cachorro no verão? Assista ao podcast:

E então, já teve alguma experiência de doenças de cachorro típicas de verão? Conte nos comentários!

Ursinhos Chowchow

Ursinhos Chowchow

Autor

Designer, especialistas em redes sociais e apaixonada por cachorros! Tenho neles minha inspiração para trabalho e apoio emocional. Com e por eles, crio conteúdo no mercado pet desde 2016 e aqui compartilho minha experiência como mãe de pet e dicas para criar sua comunidade no Instagram de cachorro.

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Sou a Bruna Mamãe do Chop (@chop_chow) e estudante de Medicina! Estou a 3 anos no Mundo do Instagram Pet e gosto muito de todo esse universo de influenciador, onde compartilho minhas experiências e dicas da vida com um Chow Chow!

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Relações Públicas apaixonada por animais. Desde o meu primeiro emprego, eles sempre estiveram presentes. Estou focada no mercado pet desde 2016, quando fui fazer curso de Auxiliar Veterinário e depois fiz apenas um ano de Medicina Veterinária. Aqui na Matilha Brasil, estou unindo a paixão por comunicação e animais, em publicações mensais que unem conhecimento técnico e minha experiência como tutora do @arthur.pastoralemao.

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Bióloga doutora em Genética e Biologia Molecular e apaixonada por cães. Desde a faculdade sempre tive interesse muito grande nas relações evolutivas e nos padrões comportamentais dos animais. E mesmo não sendo esse o caminho trilhado profissionalmente, sempre foi um hobbie estudar um pouco mais sobre isso.
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Fê Rabaglio

Designer gráfico especialista em Comunicação em Redes Sociais, atuo na área de produção de conteúdo e gestão estratégica de redes sociais desde 2011.
Já passei pelos mercados de Turismo e Intercâmbio, mas o mercado pet foi uma grata surpresa que os meus cães, os Ursinhos Chow Chow, me trouxeram, cheio de peculiaridades que amo conhecer e contribuir para o crescimento de marcas e pet criadores de conteúdo.!

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