Doenças genéticas em cães, porque não cruzar seu pet

Doenças genéticas em cães, porque não cruzar seu pet.
maio 14, 2020

Você ama tanto seu pet que já pensou, nem que fosse uma vez, em ter um descendente dele?! Ou até por outro motivo, você já pensou em cruzar seu pet? Você sabia que existem doenças genéticas em cães e que a cruza sem estudo pode ser muito danosa? Então essa matéria é para você! 

Sou Vanessa, mãe dos @du_doidos, e hoje gostaria de bater um papo sobre doenças genéticas que acometem os cães, e porque não se deve cruzar seu pet sem conhecimento. 

A SELEÇÃO NATURAL

Seleção Natural

@du_doidos: Aslan mostrando que a genética de roer ossos ainda é presente nos cães domésticos.

Tudo começou com os povos nômades, que precisavam se proteger nas suas jornadas, e do outro lado haviam os lobos que estavam sofrendo com escassez de comida, e precisavam manter com vida a sua alcatéia. 

Essa troca, depois de um tempo se tornou afeição, e essa afeição entre lobos e homens, geraram filhotes, que depois de uns anos pararam de caçar por conta própria, tornando-se dependentes dos humanos. E foi assim que surgiram os Canis Lupus Familiaris (Cão doméstico), mas isso já faz uns 33 mil anos…

SELEÇÃO ARTIFICIAL

SELEÇÃO ARTIFICIAL

@du_doidos: Luke é um Husky Siberiano, e ainda trás a semelhança com os lobos na aparência.

Os cães foram levados para vários continentes e assim seus descendentes se adaptando ao novo local, desenvolveram características que ajudavam na sua sobrevivência. Logo o homem percebeu que poderia tirar proveito da versatilidade do cão. Pois cruzando os seus melhores exemplares, eles teriam um padrão de qualidade. 

Algumas raças consideradas milenares são os: 

  • Husky Siberiano (Desenvolvido para puxar cargas médias, por uma longa distância, cão de trabalho muito fiel.).
  • Shar-Pei (Desenvolvido para caça de animais, geralmente é bastante independente).
  • Basenji (Conhecido por ser silencioso, esperto e enérgico. Desenvolvido para a caça de animais).

Com a seleção artificial, o homem conseguiu criar várias raças caninas, com vários propósitos. A princípio foram criados cães para trabalho, caça, pastoreio e guarda. Mas logo após vieram os cães de companhia, que conquistaram cada vez mais nossos corações. 

DOENÇAS GENÉTICAS EM CÃES

DOENÇAS GENÉTICAS EM CÃES

@du_doidos: Theo foi acometido por uma doença genética e precisou retirar cirurgicamente um dos olhos.

A seleção artificial também tem os seus pontos fracos! E esse ponto pode ser dado pelas doenças genéticas que acometem os cães.  Estas são condições que surgem devido a presença de genes anormais que são passados de uma geração para outra. Ou seja, para criação e manutenção das raças caninas, as cruzas foram feitas com cães que tinham algum grau de parentesco (pais, irmãos, avós) aumentando demais as chances de dar continuidade a uma doença genética. 

Existem algumas raças que acabaram mais prejudicadas do que outras nesse processo, o Pug é uma delas, sendo raro achar um exemplar que não desenvolva problemas respiratórios ao longo de toda a sua vida.

Mas não só o Pug sofre com isso. A maioria dos cães braquicefálicos (focinho curto) sofrem por causa da genética e da limitação que seu focinho curto tem.

Essas são algumas doenças genéticas em cães mais comuns:

  • Dermatite Alérgica/Atópica – Alergias na pele que deixam vermelhidão e coceiras incansáveis. 
  • Displasia – Alterações articulares que causam desconforto e dor ao se locomover.
  • Epilepsia – Descargas anormais de energia no cérebro, faz com o que o animal fique inconsciente e tenha espasmos. 
  • Prognatismo – É o excesso de crescimento mandibular, causando uma desarmonia facial que envolve ossos e músculos.
  • Criptorquidismo – É a não descida dos testículos para o saco escrotal.
  • Hipotireoidismo – A baixa produção de hormônios pela tireóide pode levar o pet a ficar apático, sem energia, entre outras coisas.
  • Catarata – Alterações na lente do cristalino que acabam ficando opacas, Causando falta de visão.

Existem mais de 600 tipos de doenças genéticas em cães classificadas. E com o aumento de cruzas sem pesquisa genética e com cães de mesma linhagem sanguínea, esse número irá aumentar daqui a poucos anos. 

CRUZAS SEM CONHECIMENTO

CRUZAS SEM CONHECIMENTO

@du_doidos: Tapioca é uma mistura entre várias raças, a famosa “sem raça definida”.

As vezes queremos tanto que nosso pet fique conosco para Sempre, que optamos por cruza-lo para criar o seu descendente. Mas precisamos levar algumas coisas em consideração antes de tomar essa atitude. 

  1. Comportamento – Se seu pet tem um comportamento agressivo com humanos não é recomendado reproduzir (lembra que os primeiros cães foram criados porque eram mais dóceis com os humanos?). Pois sim, agressividade é um fator genético e não tem nada a ver com cães reativos. Aliás, você pode saber mais sobre isso NESSE POST
  2.  Não Parentesco – Se você tem um casal de irmãos, ou pai e filha, ou mãe e filho…. Não é recomendado cruzar. Lembre que a genética pode ser vilã nessas horas.
  3. Doenças Genéticas em Cães – Se seu pet tem alguma doença que citamos acima, outra doença que desenvolveu desde jovem ou sem motivos externos, não recomendamos a cruza. O melhor é a castração para aumentar a estimativa de vida do seu amigo. 

Pense bem antes de cruzar o seu pet, se você não tiver experiência no assunto, estude antes, é válido entender um pouco mais e evitar que os filhotes venham com patologias por causa da falta de informação.

 

Por fim precisamos enfatizar que os Sem Raça Definida, são os mais resistentes em relação a saúde. Isso porque devido ao seu mix de raças na genética, e várias linhagens sanguíneas, é mais difícil um SRD ter problemas que são mais comuns em cães de raça. 

Você gostou desse tema?! Então deixa um comentário falando sobre seu Pet e se ele tem alguma doença passada por outra geração.

Academia da Matilha

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2 Comentários

  1. Tássia

    Matéria excelente!!! Parabéns!

    Responder
  2. Glauce

    Amei essa iniciativa! Excelente para quem não tem conhecimentos dos danos de um acasalamento aleatório!
    Parabéns!

    Responder

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Sou a Bruna Mamãe do Chop (@chop_chow) e estudante de Medicina! Estou a 3 anos no Mundo do Instagram Pet e gosto muito de todo esse universo de influenciador, onde compartilho minhas experiências e dicas da vida com um Chow Chow!

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Relações Públicas apaixonada por animais. Desde o meu primeiro emprego, eles sempre estiveram presentes. Estou focada no mercado pet desde 2016, quando fui fazer curso de Auxiliar Veterinário e depois fiz apenas um ano de Medicina Veterinária. Aqui na Matilha Brasil, estou unindo a paixão por comunicação e animais, em publicações mensais que unem conhecimento técnico e minha experiência como tutora do @arthur.pastoralemao.

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Bióloga doutora em Genética e Biologia Molecular e apaixonada por cães. Desde a faculdade sempre tive interesse muito grande nas relações evolutivas e nos padrões comportamentais dos animais. E mesmo não sendo esse o caminho trilhado profissionalmente, sempre foi um hobbie estudar um pouco mais sobre isso.
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Fê Rabaglio

Designer gráfico especialista em Comunicação em Redes Sociais, atuo na área de produção de conteúdo e gestão estratégica de redes sociais desde 2011.
Já passei pelos mercados de Turismo e Intercâmbio, mas o mercado pet foi uma grata surpresa que os meus cães, os Ursinhos Chow Chow, me trouxeram, cheio de peculiaridades que amo conhecer e contribuir para o crescimento de marcas e pet criadores de conteúdo.!

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