Olá, meu nome é Karla, sou mamãe do Edmundo, o @pugpalmeirense. Hoje vamos falar um pouco sobre esse assunto tão importante: hipertermia em cães. Com a chegada do verão e das férias (para muitos), e consequentemente, temperaturas mais elevadas, queremos aproveitar a temporada ao lado dos nossos cães. Mas o cuidado deve ser redobrado, para evitar hipertermia.

Por isso, para que o verão (e outros momentos em que a temperatura esteja mais elevada) seja mais um registro de felicidade entre você e seu cão, te convido a vir comigo para saber um pouco mais sobre esse tema. Além disso, em regiões onde a maior parte do ano costuma ser mais quente, é imprescindível o conhecimento do tutor sobre os cuidados necessários.

Cachorro sente calor?

Em primeiro lugar, precisamos entender se os cachorros sentem calor, assim como nós seres humanos. Independente da estação do ano, quando a temperatura aumenta, quem tem cachorro já deve ter percebido alguns sinais. Alguns indicativos de que o cachorro está com calor são:

• Salivação excessiva,
• Ficar ofegante facilmente e
• Perda de apetite.

Aqui em casa, o Ed por ser braquicefálico (vamos falar disso em tópico mais adiante), é mais sensível a essas variações de temperatura. Quando está muito quente, a primeira alteração que percebo nele é o comportamento. Ele fica inquieto, tentando achar um lugar mais fresco na casa. Por isso, além de sabermos os sinais clássicos/comuns, é muito importante conhecermos nossos pets, e nada melhor do que o tutor para isso, né? 

Com isso, já conseguimos perceber que sim, os cachorros sentem calor, da mesma forma que sentem frio. Essa é uma resposta fisiológica normal do organismo, que internamente sempre buscará fazer um equilíbrio de temperatura, para que não ocorram prejuízos funcionais de órgãos e sistemas. quando o organismo não consegue fazer esse equilíbrio, ocorre a hipertermia em cães.

O que é hipertermia em cães?

A palavra hipertermia, em sua origem, quer dizer “muito” (hiper) e “calor” (termia). Dessa forma, estamos falando de um excesso de calor. Sendo assim, a hipertermia em cães acontece quando o animal apresenta um aumento excessivo na temperatura corporal, a qual ultrapassa os limites naturais (como já falamos, é normal os cães sentirem calor).

Mas quando ocorre a hipertermia? Geralmente, quando o cachorro fica muito tempo exposto ao sol, ou a temperaturas elevadas e sem ventilação. Situações comuns de hipertermia em cães são após passeios em horários mais quentes do dia, ou por exemplo quando o cachorro é esquecido dentro do carro pelo tutor.

Entretanto, outros fatores, como a prática excessiva de exercícios físicos em horário muito quente, obesidade e idade avançada, podem contribuir para maiores chances de hipertermia. É muito importante destacar que a hipertermia em cães é muito séria, e dependendo do quadro clínico, pode levar o animal a óbito. 

Então, sabemos que os cães sentem sim calor e que correm riscos de hipertermia se não forem tomados os cuidados necessários. Mas será que os cães são mais sensíveis a temperaturas mais altas? A resposta é sim. Essa sensibilidade ocorre em decorrência do funcionamento fisiológico de regulação de temperatura corporal dos cachorros, que é controlada principalmente pela respiração. Em dias muito quentes, os cães ficam ofegantes, o que prejudica o processo de resfriamento. Associado a isso, as glândulas do focinho e das patas (glândulas sudoríparas) não dão conta de manterem a temperatura (sem o suporte de resfriamento adequado da respiração), levando o animal a um choque hipertérmico. 

Sinais de hipertermia em cães

Os principais sintomas de hipertermia em cães são:

1. Dificuldade de respirar
2. Apatia
3. Falta de equilíbrio
4. Fraqueza
5. Convulsões (não explicadas por doenças pré-existentes)
6. Mudança na cor das mucosas (língua e gengiva)
7. Excesso de salivação
8. Tontura
9. Vômito
10. Diarreia
11. Confusão mental
12. Tremores

Importante: ao suspeitar que seu cão está tendo um episódio de hipertermia, é essencial levá-lo à um veterinário para uma avaliação adequada o mais rápido possível.

Primeiros socorros em casos de hipertermia em cães

Como a hipertermia em cães é um episódio muito rápido, é essencial que os tutores saibam como agir, antes de conseguirem chegar a uma clínica veterinária. Assim, a principal estratégia será reduzir a temperatura corporal do cachorro, e para isso, o tutor poderá:

1. Retirar o cachorro do local que pega sol, quente ou sem ventilação. Procurar um local fresco, que tenha passagem de ar (pode colocar ventilador). E, se possível, sempre dar preferência aos pisos frios.
2. Buscar estratégias para ir resfriando o corpo lentamente. Após ir para um local mais fresco, devem ser adotadas estratégias para esfriar a parte da cabeça do cachorro. Uma boa estratégia é enrolar toalha molhada com água gelada na cabeça e no corpo. Além disso, molhar as patinhas do cachorro. Assim que o cachorro apresentar sinais de que está se recuperando, é importante ofertar água fresca, que só será eficiente na melhora do quadro após uma certa estabilização.
3. Após estabilizar, não esqueça de levar o seu pet ao veterinário. Apenas após realizar avaliação clínica e os exames necessários, é que você poderá ter certeza de como seu amigo está. 
4. Se os procedimentos de primeiros socorros não fizerem efeito, não espere. Corra imediatamente ao veterinário.
5. Contudo,NÃO DÊ BANHO GELADO. Nossa primeira reação frente a uma situação de hipertermia em cães poderá ser dar banho gelado para baixar imediatamente a temperatura. Mas atenção, essa redução rápida na temperatura corporal poderá provocar um choque térmico, e piorar o quadro do cachorro. Sendo assim, banho com água gelada não é recomendado.

Raças braquicefálicas

As raças braquicefálicas, como o Ed (Pug), Buldogue francês e inglês, Shihtzu, Lhasa Apso, Maltês, Boxer, Cavalier, Pequinês e Boston Terrier, possuem alterações na anatomia do crânio e da face, as quais podem afetar a capacidade e eficiência respiratória, o famoso focinho achatado. A intensidade desses sintomas depende muito de cada cão e alguns precisam passar por procedimento cirúrgico para correção e melhora da respiração. Contudo, apenas um médico veterinário poderá avaliar o quadro e definir a estratégia de tratamento. 

Assim, por serem braquicefálicos, esses cães apresentam maiores dificuldades de dissipar o calor corporal, o que aumenta as chances de hipertermia em cães. E isso ocorre, porque o processo de resfriamento pela respiração (principal via) é mais limitado pela característica anatômica. Por isso, seguir as orientações para evitar quadros de hipertermia em cães apesar de serem essenciais para todos os cães, merece atenção redobrada aos tutores de raças braquicefálicas.

Como prevenir a hipertermia em cães

E para evitar que o seu cãozinho sofra com o calor e tenha mais riscos de ter hipertermia, temos algumas dicas:

1. Evite passeios e exercícios físicos em horários mais quentes. No verão, recomenda-se que seja antes das 10h e após às 16h. Mas em alguns locais nessa faixa de horário ainda pode estar muito quente. Por isso é muito importante avaliar a temperatura antes de decidir passear com seu amigo.
2. NUNCA deixei seu cachorro em carros ou outros ambientes fechados e sem circulação de ar.
3. Mantenha sempre água fresca à disposição. Se possível, espalhe pela casa diversos potes de água. Isso poderá estimulá-lo a tomar mais. Uma boa opção também é colocar gelo na água. 
4. Se seu cão vive no quintal, certifique-se de que ele tem acesso a um local fresco e com sombra.
5. Não exagere na quantidade e intensidade de exercícios físicos com seu cão em dias muito quentes.
6. Molhe seu cão, faça brincadeiras com água, molhe toalhas para ele descansar ou até mesmo congele água dentro de garrafas pet e deixe seu cão brincar.
7. Utilize tapetes e coletes gelados.
8. Por fim, ofereça petiscos refrescantes e permitidos, como sorvete para cachorro, que será tema de um novo post aqui no blog, fiquem ligados.

Agora que já sabem o que é hipertermia em cães e como podemos ajuda-los em dias muito quentes, o que acha que é possível incluir na sua rotina? Deixem nos comentários!