Leishmaniose Canina

ago 29, 2023

Leishmaniose Canina

Quando falamos da saúde de nossos pets, não medimos esforços para garantir que tenham uma vida feliz e saudável. Portanto, entre as várias preocupações que rondam os tutores, a Leishmaniose Canina é a que merece destaque. Neste artigo, abordamos sobre o que é, sua transmissão, e, o mais importante, como proteger seu pet desta enfermidade.

Desta forma, neste mês, temos a campanha Agosto Verde (conscientização da doença). Sou a Camila, uma bióloga apaixonada por pets, e, preocupada em oferecer qualidade de vida e segurança para eles. O Tyson, o Thor e o Teko são do perfil (@caobadainsana). Ser alunos da  Academia da Matilha, tem trazido muitas oportunidades de agregar conhecimento.

Leishmaniose Canina

A Leishmaniose Canina é um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania. Desta forma, quando o mosquito-palha infectado pica o cão, ele transmite protozoários que se alojam no corpo do animal, causando uma série de problemas de saúde. De modo geral, existem duas variações: leishmaniose tegumentar americana (ataca a pele e as mucosas) e leishmaniose visceral (ataca órgãos internos). Recentemente, tivemos um podcast com o Doutor Ricardo Grillo falando mais sobre o assunto.

Primeiramente, precisamos entender que trata-se de uma doença que os parasitas se multiplicam atacando o sistema de defesa do pet. Podemos dizer que apesar de infecciosa, não é contagiosa.

Frequentemente, aparecem casos de Leishmaniose Canina, relacionados ao abandono dos pets. Considerada uma das doenças mais infecciosas, ela pode tirar rapidamente a vida do animal. Muitos tutores abandonam seus cães debilitados porque não querem ou não podem custear o tratamento a longo prazo, que tem custo elevadíssimo.

A complexidade da leishmaniose visceral, gera muitos questionamentos. Entretanto, o Brasil detém uma das maiores experiências científicas e práticas de atuação de medidas de controle da doença. Somos referência no mundo, tanto pelas pesquisas, quanto pela formação profissional e gestão dos programas.

Então, no Brasil, o CRMV criou um guia de bolso sobre a leishmaniose visceral, com intuito de unificar as informações técnicas, legais e éticas sobre a vigilância, o manejo e o controle, com foco nos médicos-veterinários.

Tipos de Leishmaniose Canina:

Leishmaniose Visceral – Esse tipo de leishmaniose afeta os órgãos internos, normalmente baço, fígado, gânglios linfáticos e medula óssea. Geralmente, é uma doença parasitária que ocorre em áreas tropicais e subtropicais. Em humanos, costuma-se afetar principalmente as faixas etárias mais vulneráveis, como crianças menores de cinco anos e adultos maiores de 50 anos, e adultos com comorbidades ou doenças que suprimem a imunidade, como HIV/aids.

Leishmaniose Tegumentar Americana – Uma doença que provoca úlceras na pele e mucosas. O cão doméstico não é reservatório da LTA, sendo acidentalmente infectado e podendo ter cura espontânea da doença. As lesões podem ser cutâneas e com fundo granuloso, e na maior parte dos casos indolor.

Transmissão

A Leishmaniose Canina é transmitida quando um mosquito infectado, se alimenta do sangue de um animal saudável. Entretanto, a transmissão só acontece pela picada da fêmea infectada.

São conhecidos popularmente por mosquito-palha, tatuquira, cangalinha, birigui, entre outros. Suas larvas se desenvolvem no solo úmido e quente, além de matéria orgânica (e não na água, como os mosquitos comuns). Sua atividade é no final da tarde e a noite. Durante o dia, insetos costumam ficar em repouso, em lugares sombreados e úmidos, protegidos do vento e de predadores naturais. No Brasil, apenas duas espécies têm importância em saúde pública para transmissão da leishmaniose visceral: Lutzomyia longipalpis (encontrado em todo país) e Lutzomyia cruzi (restrito ao estado do Mato Grosso do Sul). Embora diversos estudos apontem outras espécies, não há comprovação científica.

Sintomas

Os sintomas variam consideravelmente, indo de mais leves até manifestações bem graves. São eles:  emagrecimento progressivo, crescimento das unhas, feridas no corpo, sobretudo no focinho e na orelha, inflamação dos olhos, comprometimento hepático (fígado) e esplênico (baço), febre, anemia, queda excessiva de pelos, além de prostração.

Diagnóstico

O diagnóstico definitivo da Leishmaniose baseia-se no encontro de anticorpos anti-Leishmania por métodos sorológicos ou detecção do parasita por pesquisa direta, reação em cadeia da polimerase ou cultura. Porém, alguns exames laboratoriais podem nortear o diagnóstico da doença. Também é possível realizar testes rápidos, tipo Elisa.

Tratamento

Para todas as formas de leishmaniose, o tratamento de primeira linha no Brasil se faz por meio do medicamento antimoniato de meglumina (Glucantime). Outras drogas, utilizadas como segunda escolha, são a anfotericina B e a pentamidina. Todas essas drogas têm toxicidade considerável.

Prevenção

Atualmente, não há vacina contra leishmaniose. Porém, é importante conhecer o ciclo vacinal para proteger seu pet, afastando doenças que podem ser letais. Neste link, temos uma matéria completa sobre esquema vacinal.

A boa notícia é que há uma série de medidas que podem ser adotadas para proteção:

  • Repelentes e Coleiras Antiparasitárias – verifique com médico veterinário quais são as opções seguras que se adequam ao seu pet.
  • Ambiente Limpo – Mantenha a área onde seu cão passa a maior parte do tempo limpa e livre de acúmulos de sujeira, já que isso pode diminuir a presença de possíveis criadores de mosquitos.
  • Exames Regulares – Realize exames de rotina no seu cão para identificar precocemente qualquer sinal de leishmaniose. Quanto mais cedo a doença for causada, maiores são as chances de tratamento bem sucedido.
  • Controle de Vetores – Contribui para o controle da população de mosquitos-palha em sua área. Evite deixar alimentos expostos, que possam conter esses insetos.

Leishmaniose Canina no Brasil

De acordo com dados da Secretaria de Vigilância e Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, o Brasil responde por 90% dos casos humanos de leishmaniose visceral registrados na América Latina.

As áreas de maior incidência no país estão concentradas na Região Nordeste, em razão de fatores ecológicos e sociais. Porém, com o avanço da doença, regiões que anteriormente não apresentavam casos, como o Sudeste e algumas áreas do Norte, já os contabilizam. Atualmente, a enfermidade está presente em todos os estados brasileiros.

Legislação no Brasil

O médico-veterinário que diagnosticar um cão com leishmaniose visceral está obrigado a notificar a ocorrência ao Sistema de Informação de Saúde Animal.

A apreensão do animal somente pode ser realizada com ordem judicial de busca e apreensão, ou seja, é proibida a entrada do agente público na residência, mesmo sob a alegação de grave dano à saúde pública. Portanto, a apreensão em área particular deverá ser feita mediante a permissão do proprietário ou detentor.

Havendo a ordem de apreensão e o proprietário conhecendo a legislação sanitária local, caso se recuse a entregar o animal ou não efetuar corretamente o tratamento indicado pelo médico veterinário, para impedir a transmissão da doença aos vetores, estará sujeito às sanções penais e administrativas.

A eutanásia é indicada para cães com resultados positivos, e está amparada por lei federal desde 14 de março de 1963. Enfim, é mais fácil eutanasiar o cachorro, do que controlar o mosquito, que tem um ciclo de reprodução muito mais rápido e em quantidade infinitamente maior.

Para que a eutanásia seja realizada, é necessário que o médico veterinário peça uma autorização por escrito ao tutor do pet.

Enfim, temos que buscar meios para prevenir nossos pets contra a Leishmaniose Canina, só assim estaremos seguros.

Camila Cruz

Camila Cruz

Autor

Sou Bióloga e a minha paixão por Beagles, foi o que impulsionou o início do Instagram, com intuito de aprofundar conhecimento sobre a raça. O perfil da Cãobada Insana tem me tirado da zona de conforto, aprender sobre conteúdo e compartilhar aqui e no Instagram minha vivencia com cães. Leia, comente, é uma prazer escrever para vocês!

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Sou a Bruna Mamãe do Chop (@chop_chow) e estudante de Medicina! Estou a 3 anos no Mundo do Instagram Pet e gosto muito de todo esse universo de influenciador, onde compartilho minhas experiências e dicas da vida com um Chow Chow!

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Relações Públicas apaixonada por animais. Desde o meu primeiro emprego, eles sempre estiveram presentes. Estou focada no mercado pet desde 2016, quando fui fazer curso de Auxiliar Veterinário e depois fiz apenas um ano de Medicina Veterinária. Aqui na Matilha Brasil, estou unindo a paixão por comunicação e animais, em publicações mensais que unem conhecimento técnico e minha experiência como tutora do @arthur.pastoralemao.

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Bióloga doutora em Genética e Biologia Molecular e apaixonada por cães. Desde a faculdade sempre tive interesse muito grande nas relações evolutivas e nos padrões comportamentais dos animais. E mesmo não sendo esse o caminho trilhado profissionalmente, sempre foi um hobbie estudar um pouco mais sobre isso.
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Fê Rabaglio

Designer gráfico especialista em Comunicação em Redes Sociais, atuo na área de produção de conteúdo e gestão estratégica de redes sociais desde 2011.
Já passei pelos mercados de Turismo e Intercâmbio, mas o mercado pet foi uma grata surpresa que os meus cães, os Ursinhos Chow Chow, me trouxeram, cheio de peculiaridades que amo conhecer e contribuir para o crescimento de marcas e pet criadores de conteúdo.!

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