Raça Maltês

Raça Maltês
jan 25, 2021

Oi pessoal, meu nome é Fernanda, sou a humana de estimação da Lelé e da Poppys do @leleepoppys,  bióloga apaixonada pelo comportamento e origens evolutivas dos cães. E quero contar para vocês um pouquinho sobre as características e origens da raça Maltês.

Classificação da Raça Maltês

Classificação da Raça Maltês

Lelé – @leleepoppys

É bastante comum ler a seguinte frase “uma das raças mais antigas”, na descrição dos malteses. Mas o que isso realmente significa? Bem, ma das formas de classificar os animais é avaliando a quantidade de variação genética em relação à espécie-irmã, que no caso dos cães é o lobo-cinza. Utilizando essa forma de classificação, temos as raças mais antigas que possuem uma menor quantidade de variação. Enquanto as raças mais modernas têm maior variação. E como descrito em muitos guias de raça, os malteses fazem parte de um grupo de raças mais antigas, e Havanês, Bichon Frisè e Poodles são as raças mais próximas geneticamente dos Malteses.

Os kennel clubes tem uma outra forma de classificar os cães que nem sempre coincidem com essa classificação biológica descrita acima, por não levarem em consideração os fatores genéticos e sim os morfológicos e comportamentais. Por exemplo, o American Kennel Club (AKC) classifica os malteses no grupo “Toy”, que são descritos como cães de pequeno tamanho, afetuosos, sociáveis e adaptáveis a uma grande variedade de estilos de vida. Neste grupo estão raças como Chihuahua, Cavalier King Chales Spaniel, Havanês, Italian Grey hound, Shih Tzu entre várias outros. Já na Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) os malteses pertencem ao grupo 9, grupo dos cães de companhia, que incluem raças que se destacam pela amabilidade e gosto por estar sempre junto dos familiares. Nesse grupo estão as raças como Lhasa Apso, Shih tzu, Havanês e Boston Terrier.

Origem e História da raça maltês

Origem e História da raça maltês

Lelé – @leleepoppys

Sei que muitos associam erroneamente o nome da raça à ilha de Malta. Mas na verdade vem da palavra “málat” que na língua semita significa porto ou refúgio. Já sob o ponto de vista geográfico essa palavra referia-se a várias regiões portuárias do Mar Mediterrâneo. Essas regiões devido a intensa atividade comercial e prosperidade econômica foram invadidas e dominadas em diversos momentos da história por diferente povo, como:

  • Fenícios
  • Gregos
  • Romanos
  • Árabes

Então sabe-se que a origem geográfica da raça são essas regiões portuárias, e acredita-se que tenha sido introduzida pelos Fenícios, que dominaram a região antes da Grécia. Já com o domínio grego os malteses eram adorados por esse povo, sendo frequentemente retratados na cerâmica grega. Eles foram inclusive descritos pelo grande filósofo grego, Aristóteles, como “perfeitamente proporcional” apesar do pequeno tamanho.

Com a chegada do império Romano, os malteses eram símbolo de status, e literalmente considerados como adereço de moda das mulheres pertencentes à aristocracia romana. Inclusive, os mitos, poemas e fábulas romanas citam com grande frequência cães da raça Maltês. Porém, o império romano seguiu em declínio até a queda e os criadores de cães da China foram os responsáveis por manter a raça, evitando assim a extinção.

Na Inglaterra do século XIV, era uma raça conhecida por cães de companhia da realeza, sendo bastante popular entre as mulheres nobres. Contudo, só foram introduzidos na América apenas no final do século XIX e em 1888 reconhecida oficialmente pelo AKC.

Padrões da raça

Padrões da raça

Lelé – @leleepoppys

Como descrito na maioria dos manuais, são cães de pequeno porte, corpo alongado, com a cabeça ligeiramente mais longa que o focinho, que é retilíneo. Com os olhos têm formato arredondado e escuros, as orelhas são caídas nas laterais da cabeça e recobertas por uma pelagem longa. Sobre a altura média, varia entre 20 a 25cm e peso entre 3 e 5kg. A expectativa de vida de Malteses é de 15 anos.

A pelagem longa e clara é uma das características mais marcantes do Maltês. Normalmente branca, podendo apresentar regiões “off-white”. E por ter o pelo longo, em geral é chamado de cabelo sem a presença de subpelo.

Geralmente, cães dessa raça são muito inteligentes, curiosos, alegres, brincalhões e cheios de energia. Uma característica comportamental dessa raça é a relação com os tutores, que é caracterizada pelo apego e fidelidade. 

Dito isso, sei que estão pensando: Todos vão ser assim? E o que posso dizer é que não. Como em todas as espécies de ser vivo existe uma variação individual, e o mesmo acontece nos cães. Afinal, não existe uma forminha que faz Maltês sair perfeitamente como descrito. Por exemplo, a Lelé pesa 10kg. Então, essas características são o que os clubes de cinofilia usam pra definir o padrão da raça, pedigree e tudo mais. Mas a biologia nem sempre segue as regras definidas pelos padrões.

Saúde e cuidados especiais

Saúde e cuidados especiais

Lelé – @leleepopppys

Ter um cão em casa exige alguns cuidados básicos para uma boa qualidade de vida, como boa alimentação, atividades físicas e mentais. Mas com as diferenças entre as raças, alguns cuidados especiais são necessários. Por isso, no caso dos cães da raça Maltês, uma grande preocupação está relacionada à pelagem, muitos tutores optam pela facilidade de manter tosado (tosa bebê). Mas para aqueles que optam por deixar comprido cuidados como escovação diária são necessários. Outro problema bastante comum é a formação de manchas causada pela lágrima ácida. Por isso, a limpeza frequente da região dos olhos e da barba se faz necessária.

Ao pensar em ter um maltês é necessário lembrar que uma das principais características deles é a ligação com os tutores, exigindo muita atenção. Por exemplo, quando fica sozinho por muito tempo pode desenvolver inclusive problemas comportamentais, como ansiedade por separação.

A saúde bucal dos malteses é bastante importante, pois possuem grande propensão a desenvolvimento de problemas dentais e na gengiva.  Por isso é necessária uma rotina de escovação no mínimo 3X por semana, com produtos específicos para cães.

Vacinação, vermifugação e cuidados com a saúde são necessários para todas as raças de cães. Mas entre os malteses algumas doenças e problemas de saúde são mais frequentes, como:

Como é ter um maltês em casa?

Já contei um pouquinho sobre essa raça incrível. Mas sei que o que mais interessa está aqui nesse trechinho do texto. E aí, como é ter um maltês em casa? A primeira coisa que precisamos lembrar é que cada caso é um caso. Porém, ter um cão independentemente da raça ou da ausência dela tem pontos positivos e negativos, vamos ter alegrias e dificuldades. 

Pra nós, ter a Lelé em casa é ter uma bolinha (literalmente!) de pelos sempre nos seguindo e fazendo companhia! Ver um rebolado todo especial quando chegamos em casa ou para buscá-la na creche. É ter alguém sempre pedindo o que você está comendo. 

É claro que gostamos de contar só as coisas boas, mãe coruja. Mas precisamos lembrar das dificuldades também, como são muito apegados e passamos o dia todo fora optamos por deixá-la na creche. Ela tem hipotireoidismo e doença intestinal inflamatória. Então precisamos nos organizar com medicações diárias e cuidados na alimentação. Entre a descoberta e controle dessas doenças houve muito sofrimento vendo-a mal, muitas visitas a veterinários, exames, medicações, internações… E ainda hoje, sob controle, mantemos sempre a atenção a possíveis crises. Aproveito para convidá-los a conhecer um pouquinho mais do nosso dia-a-dia no @leleepoppys.

E, você, quando decidiu ter um amiguinho de quatro patas, avaliou essas características referentes a raça?

Fernanda Franco

Fernanda Franco

Autor

Humana de estimação da Lelé e da Poppys do @leleepoppys. Bióloga doutora em genética e biologia molecular, apaixonada por processos evolutivos e padrões comportamentais caninos. Aqui “traduzo” a literatura científica em linguagem acessível e conto a minha experiência como mãe de pet.

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Bruna Flores Vaz

Sou a Bruna Mamãe do Chop (@chop_chow) e estudante de Medicina! Estou a 3 anos no Mundo do Instagram Pet e gosto muito de todo esse universo de influenciador, onde compartilho minhas experiências e dicas da vida com um Chow Chow!

Carolina Falaschi

Relações Públicas apaixonada por animais. Desde o meu primeiro emprego, eles sempre estiveram presentes. Estou focada no mercado pet desde 2016, quando fui fazer curso de Auxiliar Veterinário e depois fiz apenas um ano de Medicina Veterinária. Aqui na Matilha Brasil, estou unindo a paixão por comunicação e animais, em publicações mensais que unem conhecimento técnico e minha experiência como tutora do @arthur.pastoralemao.

Fernanda Franco

Bióloga doutora em Genética e Biologia Molecular e apaixonada por cães. Desde a faculdade sempre tive interesse muito grande nas relações evolutivas e nos padrões comportamentais dos animais. E mesmo não sendo esse o caminho trilhado profissionalmente, sempre foi um hobbie estudar um pouco mais sobre isso.
Com a chegada da Lelé e da Poppys (@leleepoppys) esse interesse aumentou buscando sempre o bem-estar das duas.

Fê Rabaglio

Designer gráfico especialista em Comunicação em Redes Sociais, atuo na área de produção de conteúdo e gestão estratégica de redes sociais desde 2011.
Já passei pelos mercados de Turismo e Intercâmbio, mas o mercado pet foi uma grata surpresa que os meus cães, os Ursinhos Chow Chow, me trouxeram, cheio de peculiaridades que amo conhecer e contribuir para o crescimento de marcas e pet criadores de conteúdo.!

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